Pesquisa investiga o perfil dos tutores de pets

Com uma população de mais de 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma pesquisa buscou entender o perfil dos tutores de pets no Brasil, sua interação com o mercado e com os profissionais da medicina veterinária.

O levantamento foi encomendado ao Ibope Inteligência pelo Centro de Nutrição e Bem-Estar Animal Waltham, instituto referência no cuidado e nutrição de animais de estimação da Mars, Incorporated.

O estudo revelou que a frequência de visitas à clínica veterinária, incluindo serviços de higiene e cuidados com a saúde, é maior entre os tutores de cães do que entre os tutores de gatos: a média é de 2,8 contra 2,3 idas ao ano.

Em primeiro lugar entre os motivos que levam o tutor a procurar o médico veterinário estão a consulta de rotina e o calendário de vacinação (79% para cães e 76% para gatos), seguido do aparecimento de doenças (26% para cães e 19% para gatos), higiene (17% contra 5%) e emergência (9% e 12%, respectivamente).

Um aspecto importante destacado pela pesquisa é que o médico veterinário foi apontado como a principal fonte de informação para os tutores. Da mesma forma, os donos reconhecem a importância de realizar a vacinação somente com profissional habilitado.

No entanto, na hora de definir a alimentação mais adequada para o pet, apenas 51% dos donos de cães e 52% dos donos de gatos disseram buscar orientação com o médico veterinário.

Os resultados demonstram, ainda, uma compreensão geral entre os tutores de que animais de raça precisam de acompanhamento veterinário mais frequente, enquanto animais adotados apresentam ocorrência menor de doenças e maior de emergências.

Há também um entendimento de que animais sem raça definida ficam menos doentes ao longo do tempo. O mesmo acontece, na visão dos tutores, com os animais que vivem em áreas externas.

Quem são os tutores

Sobre o perfil dos tutores, a pesquisa demonstra diferenças entre os que escolhem conviver com cães e os que optam por gatos.

No caso dos donos de cães, a maioria é do sexo masculino e casado. A idade média é de 41 anos e 93% deles moram com mais de uma pessoa. 82% pertencem às classes A e B, 59% moram em casas e 24% adotaram seus cães – destes, 59% não têm raça definida. 95% dos tutores optam por alimentá-los com ração.

O padrão muda em relação aos donos de gatos: a maioria dos tutores é do sexo feminino, solteira e pertence às classes B e C. A idade média é de 40 anos e 62% moram em apartamentos. 94% escolhem alimentação seca.

 

Envolvimento emocional

Neste aspecto, tutores de cães e gatos apresentam várias semelhanças. 68% acreditam que os cães trazem conforto emocional, assim como 48% dos tutores de felinos acreditam que o animal entende seu humor. 44% dos donos de cães e 45% dos donos de gatos disseram ver como filho seu animal de estimação.

Pessoas que convivem com felinos ressaltaram, também, as características de independência e higiene do animal como um fator importante na escolha por um gato.

Sobre a pesquisa

A investigação foi dividida em duas etapas. A primeira, qualitativa, envolveu 13 grupos de discussão em São Paulo, Recife e Porto Alegre. As entrevistas foram realizadas com homens e mulheres com mais de 25 anos e incluiu donos de cães, donos de gatos e pessoas que declararam a intenção de ter um pet.

A fase quantitativa ouviu 900 entrevistados – 300 donos de cães, 300 donos de gatos e 300 pessoas com intenção de ter. As entrevistas foram realizadas com homens e mulheres com mais de 25 anos em São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Porto Alegre, Salvador e Distrito Federal.

O levantamento dos dados foi realizado em 2015 e os resultados foram divulgados no segundo semestre do ano passado.