Segundo pesquisa, cerca de 40% dos anfíbios do planeta podem desaparecer

Todos nós já sabemos que as mudanças climáticas ameaça imensamente inúmeras espécies de animais, certo?

No entanto, um estudo envolvendo mais de mil pesquisadores em todo o mundo alerta sobre um grupo ainda mais sensível à deterioração global: os anfíbios.

Os resultados foram publicados na revista Nature.

Dados acumulados mundialmente ao longo de duas décadas indicam que o aquecimento global representa um desafio ainda maior para sapos, salamandras e cecílias.

  • Quase 41% de todas as espécies de anfíbios avaliadas estão atualmente criticamente ameaçadas, em perigo ou vulneráveis.
  • O estudo sugere que as salamandras são o grupo de anfíbios mais afetado.
  • Dois em cada cinco anfíbios vivem sob ameaça de desaparecer nas próximas décadas.
  • Nos últimos 18 anos, de 2004 a 2022, cerca de 300 espécies foram completamente varridas do planeta.
  • As mudanças climáticas foram a principal ameaça para ao menos 39% destas espécies.
  • As características fisiológicas dos anfíbios fazem com que eles tenham pouca resistência a mudanças ambientais drásticas e estejam mais suscetíveis a doenças e infecções.

Segundo Kelsey Neam, um dos autores do artigo, os anfíbios têm desaparecido mais rápido do que é possível estudá-los, “mas a lista de razões para protegê-los é longa, incluindo o seu papel na medicina, no controle de pragas, alertando-nos para as condições ambientais e tornando o planeta mais bonito”.

Humanos assustam animais selvagens mais do que leões, aponta pesquisa

Quem você imaginaria que é a espécie mais temida pelos animais selvagens?

Se pensou nos grandes predadores da fauna, errou. Nós, humanos, somos os “superpredadores”. 😔

É o que indica um estudo realizado pela Universidade de Western Ontario, no Canadá, e publicado na revista Current Biology no início deste mês.

Para realizar o estudo, o grupo de pesquisadores utilizou sistemas de câmeras com alto-falantes automatizados.

Os equipamentos foram instalados de forma oculta em locais próximos a poços de água do Parque Nacional Kruger, a maior reserva de animais na África do Sul e um dos maiores santuários da fauna selvagem do mundo.

Os alto-falantes eram acionados quando os animais passavam a uma distância de cerca de 10 metros dos equipamentos. As câmeras registravam a reação ao som.

Foram utilizadas vozes de homens e mulheres conversando em seus próprios idiomas, sem gritos ou violência. Também foram usados sons de leões rosnando e grunhindo, barulhos de caça (cães e tiros) e cantos de pássaros.

Resultados

  • Grandes mamíferos da savana africana demonstraram ter duas vezes mais chances de correr ao ouvir vozes humanas do que sons de leões ou de caça.
  • 94,7% das espécies observadas correram com mais velocidade em resposta aos sons de seres humanos do que aos sons de leões.
  • Os animais também abandonaram os poços de água 40% mais rápido ao ouvir vozes humanas.
  • Entre os animais que correram, estão elefantes, rinocerontes, girafas, leopardos, zebras, hienas, javalis, cudos e impalas.

6 atitudes para cuidar dos mares e oceanos

De acordo com um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o equivalente à carga de dois mil caminhões de lixo é despejado nos oceanos, rios e lagos diariamente.

26 de setembro marcou o Dia Mundial do Mar. Aproveitando a data, veja atitudes simples que ajudam a proteger os mares e os oceanos e a cuidar da vida marinha.

  1. Evite materiais descartáveis

80% dos materiais encontrados nos oceanos são provenientes de plásticos, sobretudo sacolas e garrafas. Uma atitude simples e efetiva é carregar sempre sua própria garrafa de água reutilizável e substituir as sacolas plásticas por bolsas de pano. Substitua também canudos, copos e talheres descartáveis de plástico.

  1. Faça o descarte adequado do lixo

Em geral, as cidades possuem lixeiras de coleta seletiva. Em casa, separe os diferentes materiais e encaminhe para cooperativas de reciclagem. Algumas prefeituras também têm sistemas de coleta e reciclagem. Informe-se sobre o manejo de resíduos no seu município.

  1. Não jogue bitucas de cigarro na rua

Por ano, 4,5 trilhões de guimbas de cigarro são jogadas no lixo em todo o mundo. Assim como as garrafas plásticas, muitas delas vão parar no mar e nas praias. Filtros de cigarro têm, em sua composição, milhares de substâncias químicas, que podem matar peixes marinhos e de água doce.

  1. Diminua sua pegada de carbono

Os oceanos absorvem mais de 25% das emissões de dióxido de carbono geradas pelo homem. O resultado é a “acidificação” das águas marinhas, um fenômeno que ameaça uma ampla gama de espécies. Reduzir o uso de carros, o consumo geral de energia e escolher melhor o que comer e o que comprar são atitudes individuais de grande impacto.

  1. Escolha marcas comprometida

Novas tecnologias permitem que as empresas reduzam a quantidade de plástico das embalagens e utilizem materiais recicláveis. Na hora de consumir, procure marcas que sejam sustentáveis e estejam comprometidas com a proteção da biodiversidade marinha.

  1. Apoie organizações que protejam a vida marinha

Toda a vida marinha – das tartarugas aos corais e focas – está ameaçada. Dentro das suas possibilidades, doe tempo ou dinheiro para uma organização que ajudará a combater esses problemas.

Toneladas: fóssil encontrado no Peru pode ser do animal mais pesado que já existiu

Crédito da imagem: Giovanni Bianucci

Os fósseis foram descobertos há 13 anos, mas foram necessários três anos somente para lavá-los a Lima, capital do Peru, onde estão sendo estudados desde então.

Trata-se de um um tipo primitivo de baleia conhecido como basilosaurídeo, há muito extinto e que teria pesado 200 toneladas.

Apenas alguns dos maiores espécimes de baleia azul podem chegar a esse peso, segundo os pesquisadores.

Os ossos fossilizados foram desenterrados no deserto do Sul do Peru. Por isso, recebeu o nome de Perucetus colosso.

A datação dos sedimentos ao redor dos ossos sugere que tenha vivido há cerca de 39 milhões de anos.

Dezoito ossos do mamífero  marinho foram recuperados: 13 vértebras, quatro costelas e parte de um osso do quadril. Cada vértebra pesa mais de 100 kg.

Os cientistas perceberam que os ossos eram extremamente densos, resultado de adaptações que teriam dado à baleia o poder de flutuar e procurar comida em águas rasas.

Acredita-se que o Perucetus teria tido de 17 a 20 metros de comprimento, o que não é excepcional.

A massa óssea, no entanto, estaria entre 5,3 e 7,6 toneladas. Quando se adiciona órgãos, músculos e gordura, o animal pode ter pesado algo entre 85 e 320 toneladas.

Segundo os especialistas, quando se usa a estimativa mediana, ela já está em faixas superiores ao que as baleias azuis podem medir.

Inusitado: cientistas descobrem animal marinho com 20 braços

O objetivo dos pesquisadores era estudar o gênero Promachocrinus, relacionado aos equinodermos, que inclui espécies típicas das águas da Antártida, como pepinos e estrelas-do-mar, mas ainda se sabe pouco sobre elas.

Até agora, acreditava-se que havia apenas uma espécie de Promachocrinus, a Promachocrinus kerguelensis.

Para investigar, os cientistas analisaram o DNA e a forma corporal, o que permitiu caracterizar corretamente mais espécies do gênero – foram sete no total.

Quase todas as espécies sequenciadas vivem próximas à Antártida, à exceção de duas.

A descoberta mais curiosa é a Promachocrinus fragarius, apelidada de “estrela antártica de penas de morango”.

A espécie possui 20 braços, corpo semelhante a um morango e cores que podem variar do arroxeado ao vermelho escuro.

Acredita-se que ela viva a uma profundidade de 65 a 1,1 mil metros.

Isso é o que se sabe até agora e demonstra, de acordo com os pesquisadores, o quanto ainda há para entender sobre a vida marinha, o ecossistema e a biodiversidade da Antártida.

Recordista: maior crocodilo em cativeiro deve viver mais de 120 anos

Não se sabe ao certo quanto tempo os crocodilos de água salgada (Crocodylus porosus) chegam a viver, mas eles podem morrer de velhice.

? O que se sabe também é que esses animais só conseguem atingir uma idade mais longeva quando estão em cativeiro – na natureza, a expectativa de vida é de 70 anos. 

Continue a leitura e conheça Cassius, um crocodilo que está no Guinness.

Chamado Cassius, o crocodilo foi capturado em 1984 em uma fazenda de gado no Norte da Austrália, na costa do Rio Finis.

Ele colocava medo em todas as outras criaturas que viviam na região e era conhecido por atacar barcos e morder motores de popa.

Acredita-se que já havia vivido cerca de 80 anos quando foi capturado. Desde então, está no Marineland Crocodile Park, em Green Island.

Devido ao tempo de vida na natutreza, Cassius possui alguns traumas e cicatrizes: os pesquisadores observaram que ele fica nervoso quando os tratadores usam máquinas no parque e que não tem um pedaço do nariz, provável resultado das brigas com as hélices dos motores.

Mede aproximadamente 5,5 metros e tem agora cerca de 120 anos de idade.

Além de ser um recordista reconhecido pelo Guinness World Records, ele também superou a expectativa de vida.

A avaliação anual de saúde constatou que Cassius vai viver muito mais.

Conforme os especialistas responsáveis pelo check-up, o réptil está feliz e saudável, com boas perspectivas para os próximos anos.

Os exames costumam ser feitos por meio de observação para não causar estresse, que pode desencadear uma reação de luta ou fuga prejudicial ao bem-estar do animal.

Nesse período, os tratadores vão garantir que Cassius receba luz solar suficiente.

Um crocodilo que não é submetido a estresse tem um sistema imunológico mais forte do que os crocodilos estressados. O resultado é uma boa recuperação de ferimentos e ausência de doenças.

Dia Mundial do Meio Ambiente 2023 busca soluções contra a poluição plástica

2023 marca o 50º aniversário do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. 

? Nas últimas cinco décadas, a data cresceu e se tornou uma das maiores plataformas globais para a sensibilização ambiental.

? O tema escolhido pela Organização das Nações Unidas para as atividades deste ano foi o combate à poluição plástica.

A ONU divulgou dados alarmantes sobre o plástico no mundo:

  • 400 milhões de toneladas são produzidas anualmente.
  • Desse total, um terço é usado apenas uma vez.
  • O equivalente à carga de dois mil caminhões de lixo são despejados nos oceanos, rios e lagos diariamente.

De acordo com o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), é possível reduzir a poluição plástica em 80% até 2040.

Mas, para isso, países e empresas precisam fazer mudanças profundas nas políticas e no mercado.

Primeiro, o relatório sugere a eliminação de plásticos problemáticos e desnecessários com o intuito de reduzir o tamanho do problema.

Depois, recomenda três mudanças no mercado:

1. Reutilizar

Opções de reúso – garrafas reabastecíveis, dispensadores a granel, esquemas de caução e de devolução de embalagens – podem reduzir em 30% a poluição por plástico até 2040.

2. Reciclar

Medidas que aumentem a parcela de plásticos economicamente recicláveis podem reduzir a poluição plástica em mais 20% até 2040.

3. Reorientar e diversificar

A substituição cuidadosa de produtos e embalagens plásticas por produtos feitos de materiais alternativos pode levar a uma redução de mais 17%.

Mesmo assim, 100 milhões de toneladas de plásticos de vida curta e uso único precisarão ser endereçadas anualmente até 2040.

Pesquisa avalia o conhecimento de tutores sobre bem-estar animal

O bem-estar animal é um tema de estudo relativamente novo. Surgiu na década de 1960, na Inglaterra, para avaliar as condições a que estavam submetidos os animais de criação – aqueles mantidos com objetivos econômicos e para consumo. 

Hoje, é conhecido também como o conceito das cinco liberdades e é cada vez mais aceito para todas as espécies mantidas sob cuidados humanos. 

O objetivo da pesquisa foi avaliar o conhecimento da população sobre o tema. Os principais resultados estão abaixo:

O trabalho é resultado da dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais.

Através de um questionário online, a médica-veterinária Gabriela Siano analisou o conhecimento de tutores de animais de companhia sobre bem-estar animal, guarda responsável e maus-tratos.

A pesquisa relacionou:

Indicadores sociodemográficos – gênero, escolaridade e renda dos tutores.

Indicadores de bem-estar animal – nutrição, conforto, saúde e comportamento.

Graus de conhecimento – adequado, regular ou irregular (situação que se enquadraria em maus-tratos).

Principais resultados:

A maioria dos tutores tem conhecimento satisfatório sobre bem-estar animal, com pequenas variações a depender do gênero (mulheres deram mais respostas consideradas adequadas).

A escolaridade e a renda não apresentaram influência significativa nas respostas do questionário.

Principais resultados:

O conforto foi o indicador de bem-estar com mais respostas inadequadas, o que indica que é o aspecto que a população, em geral, mais desconhece.

Segundo a autora, o conforto diz respeito principalmente ao espaço que o pet ocupa: um local adequado para descanso, limpo, protegido de sol e chuva, com temperatura apropriada e área para se movimentar.

Pesquisa investiga se animais conseguem prever terremotos

Publicado em 2020 na revista Ethology, o estudo queria registrar cientificamente a capacidade ou não de animais preverem a ocorrência de terremotos.

Para isso, os pesquisadores observaram a atividade de algumas espécies antes de um fenômeno.

Com sensores de movimento acoplados em cada um dos bichos, foram monitoradas seis vacas, cinco ovelhas e dois cães de uma fazenda localizada em uma área propensa a terremotos no norte da Itália.

No último milênio, cerca de 260 terremotos de magnitude 5,5 ou maior foram registrados no local – uma média de um a cada quatro anos.

Entre outubro de 2016 e abril de 2017, os animais observados vivenciaram mais de 18 mil tremores.

Esse número engloba desde microsismos e pequenas balançadas de 0,4 de magnitude na escala Richter, até terremotos de 4 ou mais (incluindo um devastador, de 6,6 de magnitude).

O artigo levou em consideração os movimentos diários normais e as interações dos animais.

Foram identificadas mudanças de comportamento até 20 horas antes de um terremoto.

Quando todos os animais ficavam mais agitados durante 45 minutos ou mais, os pesquisadores percebiam a chance de tremores acima de 4,0 de magnitude.

Segundo os autores, quanto mais próximos os animais estavam do epicentro do choque, mais cedo mudavam de comportamento.

Ainda não está claro como os animais sentem a iminência de um terremoto e quantas vazes houve comportamentos incomuns sem um evento na sequência.

Não é recomendado usar animais como parâmetro.

Mudanças climáticas e o impacto no tamanho, comportamento e reprodução de animais

A mudança climática é um dos maiores desafios do nosso tempo. Temperaturas extremas, tempestades e/ou secas intensas, desgaste e empobrecimento do solo, elevação do nível do mar e derretimento de geleiras são alguns dos reflexos. 

Para conseguir sobreviver ao aumento da temperatura, à poluição de rios e a eventos climáticos drásticos, espécies estão alterando muitos aspectos do seu modo de vida. 

Para marcar o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, celebrado em 16 de março, conheça alguns animais afetados pelo clima.

  1. Abelhas

O aumento das secas reduz o período de floração das plantas e muitas abelhas não encontram néctar e pólen. Já o aumento da temperatura  ambiente tem provocado deformações nas asas de algumas espécies. Com isso, elas perdem capacidade cognitiva: podem não reconhecer flores e o caminho que percorreram.

O desaparecimento das abelhas provoca um efeito em cascata: o trabalho de polinização permite que muitas sementes surjam e aumenta em cerca de 25% o rendimento das colheitas e dos alimentos. Toda a cadeia fica em risco com mudanças drásticas no clima.

2. Tartarugas

É a temperatura do solo onde os ovos são colocados que determina o sexo do filhote de tartaruga. Em geral, a partir dos 30º C, nascem fêmeas. Temperaturas altas levam, portanto, a um sério desequilíbrio demográfico. Por ser um animal de reprodução sexuada, há uma queda abrupta no número de exemplares da espécie.

3. Anfíbios

Sapos, rãs e pererecas ficam mais suscetíveis a infecções pelo fungo quitrídio, responsável pela redução populacional e extinção de diversas espécies de anfíbios.

A falta de locais apropriados para reprodução diminui também o tamanho de algumas espécies. O tamanho, por sua vez, influencia na vocalização do macho. Por ser um mecanismo para atrair as fêmeas, a reprodução é mais uma vez afetada.

4. Lagartos

Nas últimas décadas, o aumento de cerca de dois graus na temperatura fez com que o lagarto sul-americano Tropidurus torquatus atingisse o tamanho adulto pelo menos dois anos antes do esperado. Isso afeta o desenvolvimento, a vida reprodutiva e o número de ovos desses animais.

5. Macacos

Na Mata Atlântica, devido à perda de área e necessidade de hidratação, macacos-pregos passaram a tomar água de coco.

Para não se expor e não gastar muita energia, eles buscam por coqueirais abandonados e dão preferência aos coqueiros mais baixos e aos cocos de tamanho intermediário.

6. Caranguejos

No litoral do Sudeste brasileiro, caranguejos tentam se adaptar ao oceano quase um grau mais quente do que há 40 anos. Até 2010, o caranguejo chama-maré tinha como limite sul o Estado do Rio de Janeiro, mas passou a habitar o litoral de São Paulo, onde as temperaturas são mais baixas.

O problema é que, ao chegarem em regiões a que não pertencem, os animais podem comprometer todo o ecossistema, causando redução ou extinção de espécies nativas da nova área.

Com informações da BBC News Brasil.